Governo investe em estratégias de mobilização global em sintonia com empresas
Identificar soluções concretas e inovadoras para os desafios ambientais e climáticos globais urgentes e promover a cooperação entre os países do G20 na implementação dessas soluções: esse é o principal objetivo do grupo de trabalho (GT) sobre Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20 (Environment and Climate Sustainability Working Group), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O envolvimento da sociedade civil engajada que fará parte do GT torna o Brasil protagonista no cenário do G20, uma vez que nem todos os países fazem esse desdobramento junto à comunidade.
O primeiro passo para a formação do GT foi a realização de um encontro virtual no dia 26 de janeiro, discutindo os temas propostos pela presidência brasileira para este GT: adaptação preventiva e emergencial frente a eventos climáticos extremos; pagamentos por serviços ecossistêmicos; oceanos; e resíduos e economia circular.
Mudança climáticas e redução nas emissões
As mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima, principalmente causadas por atividades humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis.
Durante o encontro, a ministra do MMA, Marina Silva, falou sobre a formação do G20, considerados os 20 países mais ricos do mundo. “[esses países] são responsáveis por 80% das emissões dos gases de efeito estufa (GEE)e 80% das finanças globais. A gente sempre repete que, se esses países resolverem fazer o dever de casa no combate à pobreza, na redução de emissão, a gente faz a diferença para mudar os problemas sociais e a grave crise climática que o mundo está enfrentando”, afirmou.
Essa é uma das premissas da Conscience Carbon que, inclusive, teve participantes no encontro virtual. “A Conscience Carbon está comprometida em democratizar o mercado voluntario de carbono, tornando-o mais inclusivo e eficaz. Com a implementação de projetos de Pagamentos por Serviços Ambientais(PSA) adaptados e da inclusão de novos atores, buscamos criar um mercado que mitiga os impactos das mudanças climáticas ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento sustentável e a justiça social. Esta é a essência de nossa pauta de ação, e estamos dedicados a torná-la uma realidade”, destacou a diretora presidente da Conscience Carbon, Adriana Oliveira.
Justiça social
Os trabalhos serão direcionados pelo lema “construindo um mundo justo e um planeta sustentável”. Segundo Marina Silva, “o presidente Lula fez questão de deixar isso muito claro na conferência do clima (COP 28), da qual participamos em Dubai, para que essa ideia de construção de um mundo justo e um planeta sustentável ganhe materialidade com esse esforço da presidência do G20, discutindo várias questões importantes, em grande escala, com as quais desenvolveremos nosso trabalho.”
A Conscience Carbon promove, por meio de seus projetos de geração de créditos de carbono, essa justiça social, viabilizando a inclusão da agricultura familiar, comunidades tradicionais e dos sistemas agroflorestais, o que gera um impacto positivo abrangente.
“Essa abordagem, que alia mitigação das mudanças climáticas e o fortalecimento das comunidades locais com a promoção da justiça social, é uma estratégia que se alinha perfeitamente com os objetivos de desenvolvimento sustentável, estabelecendo um modelo mais inclusivo e resiliente para o futuro”, pontuou a diretora financeira da Conscience Carbon, Lilian Monteiro. “Falamos em justiça social porque dá, a esses grupos, a oportunidade de participar de mercados globais e de se beneficiar financeiramente de suas práticas sustentáveis”, complementou Lilian.
Trabalho colaborativo
Marina Silva também comentou que duas linhas de trabalho transversais, criadas além do GT, terão acompanhamento ativo do MMA. São elas: a força tarefa para mobilização global contra mudanças climáticas e a iniciativa sobre bioeconomia.
“Nesse contexto, queremos contar com o conhecimento técnico científico, as ideias inovadoras e as melhores práticas e experiências de toda a sociedade brasileira nos seus mais diferentes setores, econômico, científico acadêmico e a sociedade civil, de um modo geral, incluindo as populações tradicionais e os povos originários”, explicou a ministra.
“Estamos felizes em acompanhar o trabalho do GT, pois almejamos nos tornar referência global em mitigação das mudanças climáticas, integrando a conservação florestal ao modelo econômico atual e beneficiando as comunidades”, comemorou Adriana.